Secretário adjunto: Estado pode mediar conversas sobre criação do Instituto Gaúcho da Carne
A mesa da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) está à disposição dos pecuaristas e demais elos da cadeia produtiva da proteína animal para aprofundar as discussões sobre a criação do Instituto Gaúcho da Carne. A oferta foi feita pelo secretário adjunto da pasta, Márcio Madalena, durante uma mesa-redonda promovida pelo Universo Pecuária na Abertura da Colheita do Arroz, na tarde da quinta-feira, 22 de fevereiro.
Ele reforçou que é papel do Estado promover o diálogo e permitir a construção de consensos e instituições que fortaleçam os setores produtivos gaúchos. “Eu tenho certeza de que o secretário está de acordo com esse anúncio que faço agora. É nosso dever incentivar o diálogo”, reforçou.
O pronunciamento seguiu o tom colocado pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, Neri Geller, quem apontou a necessidade da modernização do processo de articulação na pecuária. Para ele, não se pode desconsiderar o produtor e é importante que o Estado do Rio Grande do Sul faça o primeiro movimento de suporte à iniciativa. “Mas o ministério está sempre disponível para o diálogo”, afirmou.
Ambos reforçaram que a definição do modelo de governança e financiamento é fundamental e se mostraram favoráveis a que o Estado atue como arrecadador, mas que a instituição seja privada. Este ponto – o desenho estrutural de governança e financiamento – já havia sido apontado pelo diretor executivo da Federarroz, Anderson Belloli.
Ele foi enfático: é necessário garantir o protagonismo dos produtores rurais em todo o processo. Belloli recapitulou a experiência da entidade orizícola promotora da Abertura da Colheita do Arroz e exemplificou que o evento é resultado de anos de trabalho. “Vivemos um período de muita dificuldade. Antes, a gente mal conseguia ter 20 estandes e olha o patamar que chegou, nessa edição temos 180 expositores. O arroz dá lucro, graças a uma série de medidas previamente adotadas”, relatou.
A produtora rural e especialista em relações institucionais do agro Andrea Veríssimo Lopes, que participou do debate por vídeo chamada, recapitulou as diversas iniciativas já feitas ao longo dos últimos 30 anos para valorizar a pecuária. Ela chamou atenção das lideranças para a importância de entender o que já foi realizado e reconhecer os erros cometidos, para poder evitá-los. “Precisamos nos unir ao redor da informação, dos dados. Não podemos pensar em conscientizar o consumidor apenas no momento da crise”, afirmou.
O vice-presidente do Instituto Desenvolve Pecuária, Ivan Faria, ressaltou que a forma de unir o setor é concentrar nas pautas comuns. Para ele, a pecuária precisa uma entidade forte, com diretores dedicados exclusivamente ao trabalho de defesa do setor.
A mesa-redonda teve a mediação da diretora executiva do Universo Pecuária, Marcela Santana, e atraiu cerca de 150 visitantes ao estande. Outras 160 pessoas assistiram a transmissão ao vivo pelo Instagram do Universo Pecuária.
Um hub do agronegócio – Pool de eventos tecnológicos, econômicos, ambientais e culturais, o Universo Pecuária é a principal feira gaúcha de agro e sustentabilidade. Criado para debater soluções para a produção sustentável do Rio Grande do Sul e do Brasil, o UP fomenta práticas de manejo responsáveis e inovadoras que diminuam os impactos ambientais, promovam o bem-estar animal, preservem a biodiversidade e os ecossistemas, e acontece de 7 a 11 de maio de 2024, em Lavras do Sul, polo do agronegócio na Metade Sul.